Sociedade Esparta- Capitulo 3

12-08-2008 15:16

 

CAPITULO III-ILUMINATI

 

Em primeiro de maio de 1776, na Alemanha, foi fundada uma sociedade que passaria a representar a síntese dos ideais compartilhados por maçons e rosacruses: os Iluminados ou Iluministas. Hoje eles também são conhecidos como Iluminati, embora haja o risco temerário de o termo levá-los a serem confundidos com algumas seitas esotéricas.

Seu mentor, Adam Weishaup (1748-1830), era um maçom de ascendência judaica que teve educação católica jesuíta. Essa singular mistura daria a Weishaup uma grande versatilidade de pensamento, bem como independência de opiniões.

De raro e reconhecido talento, Weishaup se formou em direito pela universidade de Ingolstadt, onde passaria a exercer a profissão de professor titular de Direito Canônico, alem de ser decano da faculdade.

Durante seus estudos, ele obteve conhecimentos preciosos a respeito dos antigos ritos e religiões pagãs e, com esse “aprendizado paralelo”, absorveu muito dos antigos costumes, dando ênfase especial aos Mistérios de Elêusis e aos ensinamentos de Pitágoras.

Com base nesses conhecimentos, Weishaup iniciou o esboço de uma sociedade baseado nos conceitos do paganismo e da tradição dos mistérios ocultos. No entanto, foi apenas após ter sido iniciado na maçonaria que seu plano de formar uma nova sociedade secreta encontrou a força necessária para seguir adiante. Ao que tudo indica, ele teria sido iniciado em Munique, por volta de 1774 ou 77, segundo alguns autores, outros, ainda, negam sua filiação maçônica.

Originalmente fundada como a “Sociedade dos mais perfeitos”(Perfekbilisteten), a principio a sociedade dos Iluminati contou com a adesão de apenas 5 participantes. Tão logo começaram a difundir seus ideais, tiveram a adesão de vários outros membros, todos entusiastas dos propósitos de Weishaup.

Os Iluminados da Baviera- como também eram conhecidos- eram dirigidos por um conselho de Aeropagitas(algo como um conselho de sábios responsáveis pela manutenção das leis do grupo em questão), liderado por Weishaup, que, para essa função, usava o pseudônimo Spartacus. A estrutura básica dos iluminados era composta por três graus: 1-aprendiz( ou a sementeira);2-maçonaria simbólica;3-grau dos mistérios. Os 2 primeiros graus se subdividiam em outros três graus intermediários. O total de graus perfazia 12 estágios, começando em noviço ate o grau 12, sob o titulo de rex, ou rei da ordem( do sistema de graduação dos iluminados veio a estrutura básica de algumas das ordens que atuam hoje). Por exemplo, não chega a ser uma novidade, o fato bem famosa organização Rosacruz atual ter 12 graus de templo. Da mesma forma, uma das mais conhecidas ordens templárias dos nossos dias possui o grau de rex, para a sua liderança.

O grau de noviço era tomado com a idade mínima de 2 anos, quando o novo aprendiz, através da indicação de alguém de confiança da Ordem, tinha acesso aos iluminados, passando a receber suas primeiras instruções. Para ascender aos graus subseqüentes, passava por um período de provação de pelo menos um ano.

A função principal dos graus superiores dos iluminados era- por meio de um processo simbólico baseado numa temática libertária- impregnar seus iniciados com esses ideais.

Pelo modo como os iluminados entendiam os sistemas políticos vigentes na época, interferindo quando julgavam necessário, logo eles alcançaram uma enorme repercussão por toda a Europa. Aos poucos, o iluminismo ganhava a adesão de importantes nomes do cenário europeu, influenciando decisões que mudaram o rumo de alguns paises.

A visão política dos iluminados era algo próximo a de um estado onde reinaria o bem comum, sendo abolidas a propriedade, a autoridade social e as fronteiras. Uma espécie de anarquismo superior, saudável e utópico, no qual o ser humano viveria em harmonia, numa fraternidade universal baseada na sabedoria espiritual, em franca igualdade, liberdade e fraternidade.

Segundo alguns historiadores, os discursoa de Weishaup se opunham aos poderes estabelecidos, estando em franca oposição a monarquia como instituição política, a igreja como autoridade religiosa e aos grandes proprietários como instituição econômica.

Weishaup chegou a constituir uma eficiente rede de espionagem, com agentes espalhados pelas principais cortes da Europa. A função básica dessa rede era a de se infiltrar entre o clero e os regentes, conseguindo informações políticas que permitissem a elaboração de uma estratégia de ação iluminati, no sentido de se permitir a criação de um estado real.

Após muitas tentativas de se estabelecer uma nação segundo seus princípios. Os iluminados foram politicamente extintos em decreto imstituido pelo eleitor da Baviera, ao final do século 18.

A velha historia de perseguição, calunias e, por fim, ostracismo, novamente se repetia, pondo um fim nos ideais defendidos por Adam Weishaup e os iluminati, os iluminados da Baviera.

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