Sociedade Esparta- Capitulo 1

12-08-2008 20:08

 

Capitulo 1 –Os Cavaleiros Templários

 

As ordens militares sempre tiveram destaque na historia da humanidade pela grandeza dos momentos em que viveram, pelos feitos e conquistas, pelo temor e inveja que causavam, pela opulência de seus membros e, as vezes, pela extravagância que os caracterizava.

Entre as ordens militares mais famosas, destaca-se a dos Cavaleiros Templários- dissolvida pelo Papa clemente V, há quase 7 séculos- com uma historia repleta de façanhas incomuns e exóticas. Dela fizeram parte os mais variados tipos de personagens, dotados ora dos mais elevados anseios espirituais, ora dos mais incontestáveis desejos e mais baixos e recônditos níveis a que o homem pode chegar. Até mesmo o cruel fim imputado a Ordem- em especial ao seu ultimo líder Jacques de Molay- hoje em dia assumiu tal proporção que transformou a Ordem em mártir e em mito.

Pelo próprio espírito a época em que a Ordem existiu, muitas vezes, a historia do Templo assume cores românticas, trazendo a quem entra em contato com ela uma imensa variedade de sentimentos, numa espécie de gloria nostálgica que, por mais agradável que possa ser, as vezes, enevoa a compreensão do que realmente ocorreu. No entanto, é preciso dizer que a Ordem dos Cavaleiros Templários foi muito mais do que uma lenda: ela é um fenômeno histórico.

Em 1118, Hughes de payens, fundou a Ordem dos Cavaleiros Templários, juntamente com outros oito cavaleiros. Provavelmente, nesse momento, ele não fazia a menor idéia das dimensões, da riqueza e do poder que ela acumularia os seguintes duzentos anos de sua historia.

Mas por que a Ordem foi fundada? Para entendermos isso, precisamos retomar a historia do que ocorria no mundo Cristão e islâmico ao final do século 11, quando teve inicio a primeira cruzada.

 

O MUNDO DIVIDIDO

 

A cristandade se encontrava, então, tumultuada e dividida. A Europa enfrentava uma espécie de estagnação sócio-cultural, e era solo propicio para guerras e disputas internas que só colaboravam para aumentar o clima tenso reinante.

O novo Sumo Pontífice a ocupar o trono de São Pedro, Urbano II, eleito Papa em 1088, revelou-se muito elem das qualidades e funções atribuídas ao suposto representante de Deus na Terra: era um notável político e excelente articulador. Um dos sonhos da igreja na época, e também de Urbano II, era retomar a cidade de Jeruzalem, que estava em posse dos infiéis do Islã desde o ano 638 d.C., seis anos após a morte de Maomé.

Os tesouros que ali se encontravam seriam motivo mais do que suficiente para justificar uma empreitada a terra santa, independentemente do preço a ser pago. Para não falar do valor histórico de Jerusalém para o Cristianismo, o que poderia ajudar no sonho da alta hierarquia do clero de poder unificar cristãos Ocidentais e Orientais sob o julgo único do pontificado papal.

Com sua imensa habilidade política, o Papa Urbano II obteve a submissão de praticamente todos os cristãos do mundo ocidental, fazendo com que boa parte da Europa entendesse que havia uma necessidade premente e divina de se recuperar aquilo que, por direito, pertencia aos cristãos. Dessa forma, foi articulada a primeira cruzada, cujo o divino objetivo era o de devolver a Deus o que era de Deus. Assim se iniciava a era das guerras santas, e Jerusalém voltaria a cair sob o domínio cristão ocidental em 1099.

Alguns anos depois, em 1118, alguns se reuniram para prestar um nobre serviço ao reino cristão.

 

PROTETORES

 

Naquela época, as peregrinações eram costumeiras entre os europeus, especialmente entre os cristãos, sendo uma atividade abençoada e encorajada pela igreja e pelo Papa. Um dos trajetos de mais importância, senão o mais importante, era justamente aquele que conduzia os peregrinos a Terra Santa e a Jerusalém. No entanto, esse caminho não era seguro, deixando os que neles se aventuravam a mercê de todo tipo de banditismo, podendo ser assaltados e ate mesmo mortos.

Assim, nove cavaleiros veteranos da primeira cruzada, liderados por Hughes de Payens, estabeleceram a Ordem dos Cavaleiros de Cristo, tomando o tríplice voto de castidade, pobreza e obediência. A partir de então dedicavam suas vidas, ate o momento de suas mortes a proteção dos peregrinos e a garantia do Reino de Cristo.

O novo rei de Jerusalém, Balduino II- que sucedeu seu primo Balduino I, falecido em abril de 1118- logo viu na atitude dos nobres e valorosos cavaleiros algo de gande valor e importância. A titulo de reconhecimento e confiança, concedeu-lhes terras e construções para que lhes servissem de acomodação e base. As terras eram situadads no local onde supostamente havia sido construído o famoso Templo de Salomão, em Jerusalém. Não tardou e os cavaleiros de Cristo passaram a se denominar Cavaleiros do Templo de Salomão, ou simplesmente Cavaleiros Templários. Assim, nascia a Ordem do Templo.

A Ordem cresceu rapidamente, tanto política quanto economicamente. Encontravam-se diretamente sob a autoridade papal e, portanto, sem responsabilidades para com quaisquer reis ou nações. Passaram a possuir terras, castelos e muito dinheiro, atingindo tamanha força que ate mesmo reis e príncipes passaram a confiar suas fortunas a guarda dos Templários. Muito da riqueza templaria veio daí, pois boa parte dos bens conferidos a sua guarda, por um ou outro motivo, jamais retornaria as mãos dos donos originais.

 

DISPUTA POLÍTICA

 

O inicio do século 14 encontraria uma Europa bem distinta daquela de duzentos anos antes. As derrotas do exercito cristão no oriente levaram a um fim definitivo a era das grandes cruzadas. Não mais haveria terras santas para serem defendidas, e a idéia de ordens militares logo tomaria ares de anomalia, visto mais haver necessidade de sua principal função: a proteção dos peregrinos.

Nessa época, Felipe IV reinava na França. Cognominado o Belo, era implacavelmente coerente em seus atos, realçando os aspectos sacerdotais de um monarca, e se transformara em uma espécie de semideus, conduzindo seu reinado com mão de ferro. Como parte de um plano maquiavélico, Felipe tentara fazer parte da Ordem do Templo, mas, para sua ira, o pedido de ingresso lhe fora negado.

A historia é repleta de exemplos de reis dominados pela igreja e por papas, mas teve em Felipe, justamente o oposto. A lenda nos conta como ocorreu o encontro secreto entre Felipe e um certo arcebispo inexpressivo, nas ruínas de um mosteiro em plena floresta. A proposta de Felipe era a de fazer o arcebispo papa em troca de seis favores, dos quais um só lhe seria revelado após a eleição.

O quadro clerical da época se destacava não apenas para presumida representação terrena de Deus, atribuída a santa igreja católica, mas pelas fortes disputas internas por posições de destaque político dentro do corpo eclesiástico. Bem consciente desse fato, Felipe acertara em cheio na escolha. Assim, sob sua influencia, um sujeito fraco e ganancioso, o Arcebispo de Beltrão de Got subia ao Trono de São Pedro como papa Clemente V, em novembro de 1305

O favor oculto que Clemente V devia a Felipe era a dissolução da Ordem dos Cavaleiros Templários: só um papa poderia faze-lo, pois os Templários não estavam submissos a mais ninguém. Assim, Clemente V seria o instrumento de Felipe, o Belo.

 

O FIM

 

Como parte de seu plano de ação contra os Templários, Felipe onseguiu se infiltrar na Ordem através de vários agentes. Com isso, o fim da Ordem do Templo estava desencadeado. Em 13 de outubro de 1307, Jacques de Molay e cerca de cinco mil templários, quase todos os que havia na França, foram encarcerados pelo rei Felipe.

As acusações apresentadas contra eles incluíam as mais diversas heresias, a maior parte delas bem comum nos processos movidos pela santa Inquisição: negação do Cristo, blasfêmia contra Deus, homossexualismo, idolatria e conluio com os infiéis do islã, entre outras.

O processo de inquisição dos templários se estendeu pelos anos seguintes, atingindo seu ápice em 18 de março de 1314, quando o ultimo líder da Ordem, Jacques de Molay, e outro irmão templário foram levados a morte na fogueira da Santa Inquisição.

A lenda a respeito a esse ultimo ato diz que, em meio as chamas, pouco antes de morrer, ouvia-se a voz forte de Jacques de Molay, o ultimo Grão-mestre templário, amaldiçoando o papa, o rei e sua família; que, se os templários tivessem sido injustamente condenados, o papa Clemente V fosse convocado em 40 dias, e o rei Felipe dentro de no Maximo 1 ano, para o julgamento final de Deus.

Se isso é ou não verdade, não se pode afirmar com certeza. Contudo, Clemente morreu 33 dias depois, e o rei Felipe, o Belo, seguiu-o em pouco mais de seis meses.

Quer se aceite ou não essa lenda, a verdade é que permanecem os mitos e os mistérios que cercaram grande parte das historias relacionadas aos cavaleiros templários.

 

 

 

 

 

 

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